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Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil
Guarda Municipal RJ, integrante do antigo Grupamento de Ações Especiais e agora GOE, Grupamento de Operações Especiais

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

O SEMINÁRIO MANIFESTAÇÕES POPULARES: A QUESTÃO DO USO GRADUAL DA FORÇA


Abertas as Inscrições para o SEMINÁRIO MANIFESTAÇÕES POPULARES: A QUESTÃO DO USO GRADUAL DA FORÇA
Abertas as Inscrições para o SEMINÁRIO MANIFESTAÇÕES POPULARES: A QUESTÃO DO USO GRADUAL DA FORÇA
A Marinha do Brasil, por meio do Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais realizará, nos dias 05 e 06 de dezembro, o Seminário “Manifestações Populares: a questão do uso gradual da força.” O evento reunirá especialistas internacionais, representantes do Ministério Público, professores universitários, jornalistas, além de representantes das Forças Armadas e dos Órgãos de Segurança e Ordem Pública.

Durante o seminário, serão compostas cinco mesas de debates, onde cada palestrante convidado exporá a sua visão sobre um determinado painel. A presença de representantes de diversos setores da sociedade e de militares, que participaram de episódios recentes no Brasil e no exterior, trará grande riqueza aos debates.

As inscrições poderão ser realizadas pela Internet, mediante confirmação, e estão abertas a civis e militares. O seminário será realizado no Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo. Informações e instruções mais detalhadas sobre o seminário no site

www.mar.mil.br/cgcfn/seminario.

Serviço:

Seminário “Manifestações Populares: a questão do uso gradual da força” 
Data:05 e 06 de dezembro
Horário:das 9h às 16h15
Local: Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo (Rua Magno Martins, Ilha do Governador)
Entrada gratuita – mediante confirmação de inscrição

Mais informações:

1º Tenente Jornalista Manuela – comsoc@cgcfn.mar.mil.br
Tel: (21) 2126-5033

domingo, 24 de novembro de 2013

COpEspRS - RESGATE AVANÇADO

Nos dias 25, 26 e 27 de outubro de 2013 na Base Militar de Bom Jesus, tivemos a oportunidade de concluir o 5º módulo do COpEspRS - RESGATE AVANÇADO completando uma carga horária de 500 h/a. Dái a Delta Scuba participou das avaliações de EVAPP através dos irmãos Santos Junoir, Rodrigo e Sub Dalmar. Muito obrigado pela excelente instrução. E esperamos seu apoio em 2014 onde começamos mais uma vez os módulos. ABRAÇOS A TODOS OS IRMÃOS DO GOE e orgulhem-se de nossos irmãos. 





ELES TENTARAM

OS SEALS NA SOMÁLIA: UMA NOVA ABORDAGEM DO TERRORISMO

O raid de 5/10 de um destacamento de operações especiais dos EUA contra a sede do Al-Shabaab na cidade portuária de Barawe, na Somália, foi considerado pelos peritos como "a manifestação de uma nova abordagem na realização de operações especiais".

Vadim Fersovich
Na noite de 5 de outubro um destacamento de operações especiais da Marinha dos EUA, o SEAL Team Six, desembarcou das lanchas na costa perto dessa cidade e ocupou dissimuladamente as suas posições para o assalto no pátio de um edifício de dois andares a 200 metros da costa. O objetivo era a captura ou eliminação do comandante operacional Ikrima, o organizador do ataque terrorista a um centro comercial de Nairóbi. Contudo, um guarda que saiu para fumar notou algo de suspeito.

Ele voltou calmamente a entrar no edifício, mas poucos minutos depois saltou para fora disparando sua metralhadora. O destacamento, porém, apesar de ter perdido o fator surpresa, iniciou o assalto. Ele se separou em dois grupos, um dos quais entrou no edifício e, apesar do fogo de resposta intenso e em crescendo por parte dos militantes, começou as buscas do "alvo" percorrendo as divisões da casa. De acordo com um dos participantes do raide, Ikrima já estava debaixo de mira quando foi repentinamente rodeado por um grupo compacto de mulheres e crianças. Menos de uma hora depois chegou a ordem de retirada devido "à elevada probabilidade de baixas entre civis". Com a cobertura de helicópteros de combate, o grupo retirou para o mar sem ter sofrido baixas.
Apesar de o combate ter resultado na morte de sete militantes, ainda há poucos anos este resultado teria sido considerado um fracasso. Ainda em finais dos anos 90 os norte-americanos tentaram impor a ordem com bombardeamentos e tiroteio contra povoações. Mas, tal como sempre ocorre, as vítimas entre a população só reforçavam as posições dos extremistas. A necessidade de uma mudança teve o seu argumento final com a triste experiência da incursão daDivision Action, a divisão de operações especiais dos serviços secretos externos franceses DGSE, em janeiro deste ano para libertar na Somália o seu agente Denis Allex. Depois da morte de civis inocentes o Al-Shabaab, que já se estava a desagregar, obteve novos argumentos.
Os EUA perceberam a necessidade de “novas abordagens” muito antes dos seus colegas franceses. A incursão de outubro não foi o primeiro exemplo disso. Já durante a bem-sucedida operação do SEAL na Somália em dezembro de 2011, ao libertar reféns em condições semelhantes, o tradutor avisava os habitantes locais para não entrarem no pátio onde decorria o combate, enquanto os elementos do SEAL retiravam as mulheres e crianças de debaixo de fogo.

Em Barawe eles atuaram da mesma forma. Todavia neste caso, quando os militantes começaram a colocar abertamente à sua frente “escudos humanos”, não houve uma escolha possível. De acordo com Daniel Goure, do Lexington Institute, “a presença de mulheres e crianças no aglomerado foi um fator determinante” que decidiu o cancelamento da operação.
Segundo as declarações do representante do Al-Shabaab, a operação foi bem-sucedida: os milicianos perderam o sossego e a paz no “seu próprio terreno”. De resto,Barawe dificilmente irá permanecer na sua posse. O Al-Shabaab já há muito que aumenta a animosidade da população contra si. Além das extorsões incomportáveis e das execuções, os terroristas estrangeiros do vizinho campo deAmbaresa dessa milícia, por exemplo, “tomam como esposas” à força mesmo meninas menores de uma forma generalizada. Já perspectiva de se tornarem “escudos humanos” durante a inevitável libertação da cidade do domínio do Al-Shabaab irá certamente determinar o comportamento da população.
Já Sun Tzu escrevia: “O verdadeiro estrategista vence a guerra ainda antes de a começar, porque ele sabe quando se deve combater e quando não se deve.” Parece que finalmente começaram a prestar atenção à sabedoria do grande chinês.

RIO 2010 - ATUAÇÃO DO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS


A visão dos combatentes CFN e BOPE e como os dois integraram-se em poucas horas para a missão.
Homens do BOPE e Fuzileiros Navais trabalharam em conjunto, tendo poucas horas para aclimataram-se às peculiaridades de cada um. Aqui homens do BOPE embarcados em um M113A1





Operação Rio-2010: A visão do Componente
de Combate Terrestre (CCT)

CC(FN) Carlos Eduardo Gonçalves da Silva Maia

Vinte e cinco de novembro de 2010, o dia em que a sociedade carioca reagiu e deu um “basta”. Acuado, após vários dias de verdadeiros atos terroristas, que incluíram carros queimados e vias interditadas pelos soldados do tráfico, o governo do Estado do Rio de Janeiro desencadeou uma Operação sem precedentes na história da segurança pública fluminense.

Após a solicitação de apoio, foi expedida uma mensagem de execução imediata pelo Comando de Operações Navais na noite do dia vinte e quatro de novembro.

Em pouco menos de doze horas, nossos blindados encontravam--se prontos no Comando da Força de Fuzileiros da Esquadra e em condições de atuar no combate ao  tráfico, junto às Forças de segurança estaduais.

Um gabinete de crise foi constituído e após uma breve reunião foi constituído um GptOpFuzNav, nucleado no Comando da Tropa de Desembarque, cujo esforço principal baseava-se no apoio de serviços ao combate, particularmente na execução da função logística Transporte, que os dezessete blindados envolvidos na Operação poderiam proporcionar.

O CCT foi constituído por um Destacamento de Viaturas Blindadas, que incluía viaturas M-113 e Viaturas MOWAG PIRANHA, um Destacamento de Viaturas Anfíbias e um PelFuzNav com a tarefa de realizar a segurança das viaturas durante as ações. As guarnições das viaturas e o efetivo do PelFuzNav eram revezados em um sistema de rodízio a cada 24 horas, a exceção do efetivo do BtlVtrAnf que obedecia a uma periodicidade de 48 horas.

Em uma primeira fase, foram empregados 06 M-113 nas ações que culminaram na conquista da Vila Cruzeiro. Diferentemente das tradicionais Operações Militares em Ambiente Urbano, em que se pode observar claramente três fases, quais sejam: Isolamento, Avanço e Limpeza; o elemento surpresa, a incipiente organização das facções criminosas, aliada a não observância de armas anticarro em condições de uso, possibilitou o desenvolvimento simultâneo das fases, como preconiza o CGCFN-31.1.




M113A1 em marcha. Mais manobráveis e ágeis nas estreitas vielas
foram de vital importâncias nos primeiros momentos


Nossos habilidosos operadores conduziram os M-113 pelas estreitas vielas da Vila Cruzeiro, transpondo obstáculos, tais como: veículos de passeio em chamas e trilhos de trem concretados no chão. Sendo constantemente alvejados por armamentos individuais de calibre 7,62mm, nossos guerreiros blindados não se intimidaram e prosseguiram no cumprimento de sua nobre missão.

A ação de choque proporcionada por essas viaturas foi determinante para que a Força
adversa desistisse de lutar, culminando na épica cena de fuga dos criminosos, incessantemente explorada pelas emissoras de televisão.

Em uma segunda fase, foram conduzidas ações de consolidação da Vila Cruzeiro.

Os Carros Lagarta Anfíbios CLAnf participaram ativamente desta fase, sendo utilizados em tarefas de apoio de serviço ao combate, visando ressuprir as tropas do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e, também, em tarefas de transporte de outras tropas daquela Unidade policial para a Vila Cruzeiro.

Em uma terceira fase, buscando o aproveitamento do êxito obtido na conquista da Vila Cruzeiro, foram desencadeadas as ações para a conquista do Complexo do Alemão. A esta altura, as tropas da Brigada de Infantaria Paraquedista já se encontravam realizando a tarefa de isolar a localidade para que nossos blindados pudessem efetuar o  Avanço. Foram utilizados 05 M-113, 04 CLAnf e 04 MOWAG PIRANHA que transportaram tropas do BOPE e da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil (CORE).

Durante esta fase, não houve confrontos, sendo os objetivos marcados no planejamento rapidamente conquistados.

Os blindados ainda seriam utilizados durante a fase da Limpeza do Complexo do Alemão, transportando tropas das Forças de Segurança Estaduais em ações pontuais.

Ato contínuo, foi iniciada a desmobilização gradual dos meios que, paulatinamente, começaram a retrair, por CAV-MEC, para seus aquartelamentos.

Como lições aprendidas, cabe ressaltar a importância do adestramento das pequenas frações. Em várias etapas da Operação, as frações tiveram diversos problemas relativos a comunicações, que foram devidamente minimizados pelos comandantes de fração que sabiam exatamente como proceder em cada situação. Tal fato foi fruto de um planejamento e adestramento prévio, que possibilitou a tranquilidade necessária para o exercício ativo da liderança nas frações.

A Confiança no Material e no Adestramento – depoimentos dos operadores de CLAnf e M113 empregados na Operação RIO-2010

A mobilização
 

Quando foi tomada a decisão de emprego  de um GptOpFuzNav em apoio à segurança pública do Rio de Janeiro, nossos operadores já estavam nas suas casas, após o retorno de mais um exercício do programa de adestramento.

Foram, então, acionados, com o auxílio dos Planos de Chamada, para regressarem às respectivas unidades. Na noite do próprio dia 24 de novembro, com todos no quartel, a faina tomou forma.
 
CB-FN-IF De Carvalho - “Chegando ao Batalhão, tivemos conhecimento do fato e começamos a equipar as viaturas CLAnf. As guarnições foram formadas e as fainas distribuídas. Todos os carros já estavam prontos antes da meia-noite do dia 24 de novembro. Logo começou o deslocamento dos meios para a FFE...
 

Tropas do BOPE prestes a embarcar nas viaturas blindadas do Corpo de Fuzileiros Navais., par ao início das operações. Expectativas e ansiedades dos dois lados.

A execução I – o primeiro contato com a tropa apoiada Se a prontificação de pessoal e material foi breve, a adaptação e troca de informações com o elemento apoiado também. Na manhã do dia do início da operação, foi executada uma seção sumária de apresentação dos meios para a tropa policial e as ações em seguida foram desencadeadas.
 
CB-FN-IF De Carvalho - “Na manhã do dia 25 de novembro, após ser pago o “briefing” para os policiais do BOPE, mostrando as peculiaridades, as limitações, as possibilidades e o poder de combate das viaturas anfíbias, houve o deslocamento das mesmas, por carretas, para as proximidades da Vila Cruzeiro.

A execução II – relacionamento com a tropa apoiada

Com todas as fases da operação tendo tratamento abreviado, podia-se prever dificuldades na execução, particularmente quanto ao entrosamento das equipes recém-formadas, que incluíam as guarnições de nossos blindados e a tropa policial a ser transportada, mas não foi o que se viu.
 
CB-FN-MO Eduardo “Houve uma mudança da tropa apoiada e do local da missão. A minha seção apoiou os policiais civis da CORE, transportando-os para o morro do teleférico. Ministramos um “briefing” e pedimos que o mais experiente tomasse a posição do Comandante da tropa embarcada para nos auxiliar no deslocamento. O primeiro obstáculo, na subida, foram dois trilhos de trem concretados no chão, com cerca de um metro de altura. A primeira viatura conseguiu transpor... o trilho que estava à direita fez ceder o solo, abrindo uma fenda entre os trilhos e um poste foi danificado, fazendo com que o mesmo se inclinasse na minha frente, entrando em curto a fiação. Foi uma cena assustadora, porque, a cada estouro dos fios, o poste balançava. O policial entrou na fonia para falar comigo, dizendo: “Não vai não piloto, não vai piloto, nós vamos morrer!”. Eu pedi calma, dizendo-lhe que passaríamos quando parasse o curto... parou e nós prosseguimos, agora derrubando outro trilho... teve um momento que nos defrontamos com alguns disparos. 
Em seguida, havia dois tonéis com concreto e trilhos de trem... passamos por cima dos tonéis com uma das lagartas. Subimos mais um pouco o morro e paramos para a tropa desembarcar em segurança. O policial apertou minha mão e agradeceu. Manobramos e retornamos para o 16°BPM.




Provavelmente o evento relatado pelo CB-FN-MO Eduardo está demonstrado por este CLAnf


CB-FN-IF De Carvalho 
– “Os policiais do BOPE estavam bastante confiantes com nossa participação e cooperação, pois nossas viaturas blindadas puderam suprir suasnecessidades, oferecendo mobilidade tática, proteção blindada e poder de fogo. A coordenação feita no embarque e desembarque foi de grande importância para o sucesso da missão.”
 
CB-FN-MO Fortes – “Na parte prática do comando da coluna de blindados,procedimentos de conduta e direcionamento nas vielas da favela houve cumplicidade e respeito, independentemente do grau hierárquico ou força envolvida, o que foi fundamental para o sucesso da missão.”

A execução III – o desempenho do material na ação

Não fosse a cuidadosa manutenção de nossas viaturas blindadas nas suas OM de origem, não haveria a possibilidade de estarem prontas em tão breve espaço de tempo.
A qualidade e a eficácia dos procedimentos de manutenção, orientados pela área de material do CFN e executados por nossas unidades operativas, ficou evidenciada também durante a ação, que registrou ausência de panes durante o emprego das viaturas.
 
CB-FN-MO Fortes – “...em particular, a viatura a qual operei havia acabado de chegar de Formosa, tendo se desenvolvido bem na manobra em terra e atirando; inclusive, o sargento que era o comandante da minha guarnição sempre esteve com o histórico de manutenção em dia, além de acompanhar essa viatura há anos”.
 




A execução IV – o valor do adestramento


Conforme consagrado na Estratégia Nacional de Defesa:

“O Corpo de Fuzileiros Navais consolidar-se-á como a força de caráter expedicionário por excelência”. Isso impõe um estado de prontidão permanente, mochila pronta, material manutenido e disponível para emprego imediato.  Implica, também, em dispor de tropa preparada para atuar em um espectro diversificado de situações que o país demandar. Tal condição só pode ser atingida mediante a execução de um extenso e detalhado programa de adestramento, que permita ao homem atingir graus de preparação e confiança em si e na sua equipe maiores que os desafios a ser enfrentados.
 
CB-FN-MO Fortes – “ ...o contato que temos relacionado ao emprego das viaturas ocorre nas manobras. Nesses exercícios, a guarnição do carro passa a operar em situações adversas, adquirindo grande experiência de manutenção, conduta e, principalmente, noção de espaço para manobras, pois a visibilidade é reduzida. Manobrar em vias estreitas exige guarnição experiente. Já para a transposição de obstáculos utilizando todo o potencial da viatura, é importante submeter o operador a várias passagens em pistas de obstáculos, do padrão da que existia no batalhão. Isso traz habilidade e confiança em si e no material”.

Nota: Os operadores que prestaram os depoimentos aqui resumidos são atualmente alunos dos cursos de Formação de Sargentos conduzidos no CIASC. No período da operação serviam no Batalhão de Viaturas Anfíbia